Deito na cama
e pra cima de mim, mia
rosnando no ouvido,
enquanto esqueço o amargo do dia
Acomoda-se sobre a barriga
seu bigode colado na minha cara erguida
Às vezes me lambe
E eu, desprevenida,
não temo uma mordida,
afinal felinos não são como alguns homens
escrito em 30/11/04
domingo, 29 de agosto de 2010
CASTA
Se um dia faltarem-me os homens,
me deliciarei com os gatos
Aquilo que rossa,
apronta,
me unha,
lambe
e rasga o que não presta da minha poesia já gasta
Senhores de outro tempo,
Imperadores agora rosnando por afago
Terei-os por toda a casa,
enquanto eu, gata.
escrito em 15/11/08
me deliciarei com os gatos
Aquilo que rossa,
apronta,
me unha,
lambe
e rasga o que não presta da minha poesia já gasta
Senhores de outro tempo,
Imperadores agora rosnando por afago
Terei-os por toda a casa,
enquanto eu, gata.
escrito em 15/11/08
ABDUZIDA
Abduzida
era do modo como sentia-se
[sempre havia]
trazida para os mais recôngidos espaços
seres alados de sexo nu
semblante inundado
pelo rubro sentir de tirar o fôlego
necessidade de afago
[dá-me uma febre tonta]
encharcada de torpor
deserto de pêlos eriçados
ressentida já de tudo vivida
mesmo assim, ainda viva
iríamos para o sexto quarto?
tínhamos como meta o translado
tranpassado pelos poros para sempre abertos
falando de metafísica, além do corpo
[não vou nem mesmo além de mim]
quem dirá além do outro
S entir-se em
EX cepcional
(des) O rdem
seria muito para aquele simples dia
de chuva fina e frio nos pés:
permanecemos intactos.
escrito em 19/06/2006
era do modo como sentia-se
[sempre havia]
trazida para os mais recôngidos espaços
seres alados de sexo nu
semblante inundado
pelo rubro sentir de tirar o fôlego
necessidade de afago
[dá-me uma febre tonta]
encharcada de torpor
deserto de pêlos eriçados
ressentida já de tudo vivida
mesmo assim, ainda viva
iríamos para o sexto quarto?
tínhamos como meta o translado
tranpassado pelos poros para sempre abertos
falando de metafísica, além do corpo
[não vou nem mesmo além de mim]
quem dirá além do outro
S entir-se em
EX cepcional
(des) O rdem
seria muito para aquele simples dia
de chuva fina e frio nos pés:
permanecemos intactos.
escrito em 19/06/2006
TENRA
Pudesse sair semeando flores
de circo e girassol
pudesse, neste chão de sal,
onde por entre o quartzo, cresce o vivo,
fazer minha morada de cama-almofada verde cor-de-folha
pudesse, enfim, ser teu fruto
objeto de sumo doce
tantas e tantas vezes concebido por entre teus dedos,
cujos desejos talvez sejam
brotar e viver por entre tudo o que é ipê e cacto florido.
escrito em 13/07/05
de circo e girassol
pudesse, neste chão de sal,
onde por entre o quartzo, cresce o vivo,
fazer minha morada de cama-almofada verde cor-de-folha
pudesse, enfim, ser teu fruto
objeto de sumo doce
tantas e tantas vezes concebido por entre teus dedos,
cujos desejos talvez sejam
brotar e viver por entre tudo o que é ipê e cacto florido.
escrito em 13/07/05
/JE (T'AI)ME/
Compartilhar Dominique A. e a onipresença da fumaça que sai do incenso e se espraia por entre meus dedos. Pra te observar, me observando, perguntando, sem som, sobre os caminhos de dentro. Dois anjos e uma cama redonda. Pra te contar que na primeira transa vesti a roupa do dia do boicote ao prazer próprio. Puro prazer do contragosto. Boicote louco, com o qual, cada vez mais consigo dialogar, a fim de que vaze pra fora do inconsciente e, assim, eu vá longe, entretanto no mesmo lugar.
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